Governo Lula: projeto que regulamenta trabalho de motoristas de aplicativos vai ao congresso 

Governo propõe a contribuição dos motoristas com o Instituto Nacional do Seguro Social, INSS
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta segunda, 4, um projeto de lei que regulamenta o trabalho de motoristas de aplicativo. O texto vai para o Congresso Nacional, e se aprovado, valerá após 90 dias. 

O governo propõe a contribuição com o Instituto Nacional do Seguro Social, INSS, além do valor que deve ser pago por hora trabalhada, podendo, os motoristas, receberem R$ 32 a cada hora, contabilizando o salário mínimo de R$ 1.412 no final do mês. 

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, alegou que um grupo com a participação de representantes do governo federal, trabalhadores e empresas, discutiu se os motoristas de aplicativo deveriam ser enquadrados na Consolidação das Leis do Trabalho, CLT. Segundo Marinho, a maioria dos trabalhadores presentes recusou, mas optando pela autonomia com garantia de direitos.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, em 2022, o Brasil tinha 778 mil pessoas trabalhando em aplicativos de transporte de passageiros, o equivalente a mais de 52% dos trabalhadores de plataformas digitais e aplicativos de serviços.

Regras previstas para o projeto:

  • Criação da categoria “trabalhador autônomo por plataforma”
  • Os motoristas e as empresas vão contribuir para o INSS, sendo assim, os trabalhadores pagarão 7,5% sobre a remuneração.
  • A jornada de trabalho será de 8 horas diárias, podendo chegar ao máximo de 12 por meio de acordos com as empresas.
  • Mulheres motoristas terão auxílio-maternidade. 
  • Para cada hora trabalhada, o profissional vai receber R$ 24,07 para pagamento de custos com celular, combustível, manutenção do veículo, seguro, impostos e outras despesas. 
  • Os motoristas serão representados por sindicatos. 

Em nota, a Uber afirmou que considera o projeto apresentado pelo governo como um importante marco visando a uma regulamentação equilibrada do trabalho intermediado por plataformas. 

Já o Ifood, empresa de delivery que conta com entregadores autônomos, discorda do projeto, enquanto Lula faz pressão. “Eu sei que o iFood não quer negociar, mas nós vamos encher tanto o saco que eles vão ter que negociar”, disse o presidente.

Imagem: Antônio Cruz – Agência Brasil 

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